Primeira-dama da Segurança Pública no Rio reforça UPPs com projetos sociais
Conheça Rita Paes, mulher de Beltrame, que ajuda o marido a consolidar o projeto
Chiara Papali, do R7 | 18/10/2011 às 05h30
"Quem tem que aparecer é o policial", afirma Rita Paes
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Na última corrida da qual participou, a meia maratona do Rio, a professora de Educação Física Rita Paes, de 46 anos, foi com a pretensão de correr 5 km, talvez 8 km. Ou seja, nem metade do percurso previsto (21 km).
- A ideia era sair da Barra (zona oeste) e chegar até, no máximo, São Conrado (zona sul). Não tinha treinado, mas queria participar.
Ela chegou, sim, em São Conrado, já na zona sul da cidade, e “como estava bem”, seguiu o trajeto. Rita continuou correndo. E, para sua surpresa, terminou a prova passando por Copacabana e Botafogo até cruzar a linha de chegada no aterro do Flamengo.
Surpresa? Só para quem não conhece a primeira-dama da Segurança Pública do Rio. A mulher de José Mariano Beltrame, secretário de Segurança Pública do Estado, também começou assim nos trabalhos sociais que realiza nas comunidades pacificadas do Rio – devagar, com um projeto aqui, outro acolá, e chegou longe.
Só na Cidade de Deus, por exemplo, uma das primeiras comunidades atendidas com projetos esportivos depois da instalação de uma unidade de polícia pacificadora (UPP), 400 crianças e adolescentes participam das aulas de futebol desde abril de 2009, e outras 240 esperam por uma vaga. Dois anos depois, todas as 17 UPPs contam com atividades esportivas.
Apesar de contemplar atualmente as 17 UPPs, os primeiros projetos começaram antes da pacificação, nos batalhões da Polícia Militar, onde eram ministradas aulas de Educação Física para moradores das favelas próximas. O primeiro foi no de Rocha Miranda (9º BPM), na zona norte, onde um morador começou a dar aulas de judô.
- Quando vieram as UPPs, veio o desdobramento. O futebol é um detalhe para aproximar as crianças dos policiais, para aproximá-los da comunidade, e até uma maneira dos jovens passarem a frequentar cursos profissionalizantes ou das crianças participarem do reforço escolar.
A fala mansa e o figurino discreto podem até fazer com que a professora passe despercebida nas comunidades que visita. Mas, a calma e a persistência de atuar nos bastidores têm feito grandes transformações.
- Quem tem que aparecer aqui é o policial [que ministra as aulas]. É com eles que a população tem que criar vínculos. O sargento Muniz [da Cidade de Deus], por exemplo, é amado na comunidade.
Apesar disso, a população também reconhece o seu trabalho. Não fosse isso, seu nome não teria tanto poder de mudar as coisas.
- Outro dia me ligaram falando que o exame de mamografia tinha sido liberado para minha irmã. Só que eu não tenho irmã que estivesse precisando do exame. Foi alguém que pediu, em meu nome. Mas, como foi para o bem, eu deixei.
Como a ideia é seguir a “vocação da comunidade” para definir que projeto implantar, o jeito é conversar muito, com os moradores e com os policiais.
- A gente conversa muito também com os capitães, eles são um termômetro. E, claro, procura colocar profissionais da própria comunidade para atuar. Na Mangueira (a última comunidade pacificada, ainda sem UPP), penso em música, em samba. Acho maravilhosa essa vocação.
Sobre o futuro, Rita não tem ilusões.
- A gente tem que se preparar para o dia seguinte e tocar a vida de forma normal.
Por "dia seguinte", ela se refere ao momento em que o marido deixar o comando da Segurança Público do Rio. É por isso que, mesmo cercada de seguranças, não deixa de ir ao cinema, ao shopping, ao supermercado ou andar pelo calçadão na praia, como qualquer pessoa normal.
- Às vezes, até dá para ir com ele (o marido).
No começo, não foi fácil conviver com tantos seguranças e ter a vida mudada de forma radical, mas ela garante que, depois de tantos anos, as pessoas acabam se tornando amigas. Mas, difícil mesmo, foi deixar as salas de aula.
- Sinto falta. E estou muito preparada pra voltar. Essa sempre foi minha opção.
Alguém duvida?
Fonte: Portal R7
Link: http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/primeira-dama-da-seguranca-publica-no-rio-reforca-upps-com-projetos-sociais-20111018.html
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